Amazônia, o pulmão verde do planeta

Com as notícias sobre as queimadas na Amazônia fiquei imaginando quanto do cenário que vimos foi tristemente modificado. Lembrei da linda viagem que fiz com meu marido na Região Norte do Brasil e pensei em compartilhar com vocês algumas lembranças...

Em 2017 fui finalmente conhecer um pouquinho da nossa Amazônia, que o Armando já tinha visitado nos anos 80 e descrito suas belezas e seu encantamento com a cidade de Manaus e a imponência da sua floresta, que sabemos, representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. Aliás, ela foi eleita em 2009 como uma das Novas 7 Maravilhas da Natureza pela Fundação Sete maravilhas do mundo moderno.




Morando em um país continental, mais especificamente, em Porto Alegre, a 4.700Km de Manaus, onde é necessário viajar por mais de dois dias de carro ou muitas horas de avião,  com uma escala obrigatória em Brasília. Considerando as distâncias esta é uma viagem que pode ser indevidamente adiada, mas é uma belíssima aventura que precisa ser realizada pelo menos uma vez na vida.



Foi uma grande emoção quando o avião sobrevoou região e vimos do alto a floresta, que tem sido motivo da luta e da morte de tantos ambientalistas, quase 700 deles foram assassinados no Brasil desde o início do século 21, de acordo com o levantamento da Global Witness. Grande parte das mortes está relacionada com o desmatamento predatório que toma conta da Floresta Amazônica, basta ler as últimas notícias para compreender porque nesse governo os depredadores estão se sentindo ainda mais respaldados.



Mas voltando à nossa viagem... Chegamos a Manaus no final de dezembro para passarmos o Réveillon e mais alguns dias do novo ano na capital, cujo nome provém da tribo dos Manaós, habitante da região dos rios Negro e Solimões. Manaus é a variação de Manaos, que significa Mãe dos Deuses.



A primeira meta foi visitar o Centro Histórico, onde tivemos a sorte em encontrar o Teatro Amazonas aberto e com a última visita guiada antes do Réveillon. A emoção foi fortíssima, sua arquitetura deslumbrante, suas obras de arte, a representação pictórica de “O Guarani”, de Carlos Gomes e a história descrita pela guia fazia com que fosse possível imaginar os personagens da riquíssima era da borracha. Chamou-nos muito a atenção a extensa programação lírica que o Teatro oferece atualmente.

Site oficial para maiores informações: https://cultura.am.gov.br/portal/teatro-amazonas/
No dia seguinte fomos visitar o Mercado Adolpho Lisboa, meta imprescindível para conhecer melhor a cidade, e ficamos encantados ao descobrir as semelhanças com a arquitetura italiana e constatarmos que o arquiteto responsável foi o mesmo que projetou a “Galleria Vittorio Emmanuele”, de Milão. Nos encantamos também com o Centro Cultural da Amazônia, que dispõe de espaços que identificam e popularizam a cultura e os conhecimentos de preservação e valorização das identidades culturais e do patrimônio natural da Amazônia.


Detalhes e forário de funcinamento: https://www.amazonasemais.com.br/manaus/mercado-adolpho-lisboa-tem-produtos-regionais-e-beleza-arquitetonica/

O espaço conta com exposições temporárias e permanentes, dentre as quais as representativas do cotidiano amazônico como a Maloca Aruak; Casa do Caboclo; Moenda de Cana-de-açúcar; Xapono Yanomami; Barracão do Guaraná; Casa da Farinha; Tapiri de Defumação da Borracha,Tapiri do Seringueiro,  além da representatividade do transporte regional, através das canoas. Faz parte de suas instalações também o Museu do Homem do Norte que, desde o ano de 2011 passou a ser administrada pelo Governo do Estado do Amazonas, através da Secretaria de Estado de Cultura.

Manaus é uma cidade cosmopolita e visitada especialmente por estrangeiros europeus, nas ruas vimos muitos jovens com grandes mochilas e muita vontade de conhecer a floresta. À noite, no belo Centro Histórico, é possível curtir uma boa música em barzinhos e restaurantes, apreciando a cultura amazonense. Aliás, Segundo levantamento anual feito por uma das maiores empresas de consultoria do mundo, a Mercer, a capital amazonense aparece como a 4ª melhor cidade para se viver no Brasil e a 127ª no mundo.



Conhecer a Praia da Ponta Negra é encontrar a Manaus contemporânea, com grandes prédios e estruturas para caminhar, nadar ou simplesmente apreciar o Rio Negro. No Réveillon uma infinidade de embarcações estaciona diante da praia para a inesquecível queima de fogos.


Atualmente se pode ser frequentada o ano todo, graças ao aterramento realizado. Mas alguns cuidados são importantes: o banho é permitido apenas até às 17h e Os banhistas são supervisionados de perto pelo Corpo de Bombeiro, que usam até jet skis para evitar afogamentos ou ataques de jacarés.

Outras informações sobre a Praia da Ponta Negra: https://www.amazonasemais.com.br/manaus/ponta-negra-complexo-de-lazer-esportes-e-turismo-na-orla-de-manaus/


Bem, era hora de presenciar o Encontro das Águas, uma referência de patrimônio imaterial de Manaus. Tudo que se fala deste fenômeno, que une o rio Negro e o Solimões, não é exagero, se está diante do maior rio do mundo, o lendário "Rio Amazonas", a maior bacia fluvial do planeta. Encontrando pescadores, apreciando a vegetação e as pequenas comunidades rurais, ainda tivemos a sorte em ver os botos, golfinhos amazônicos, pulando na água. Além de vivermos a experiência de nadar entre eles.



Adentrar o Bosque da Ciência, com uma área de aproximadamente 130.000 m²,é experimentar um pouquinho da energia da Floresta, conhecer de perto o Peixe-boi, ver os jacarés, macaquinhos e tantas espécies da fauna e flora. Passear por suas trilhas, experimentar sabores diferentes, conhecer melhor a região através de propostas interativas, dos projetos, programas e pesquisas do INPA sobre a Amazônia, na Casa do Bosque.
Para maiores detalhes sugerimos visitar o site: http://bosque.inpa.gov.br/






Visitar alguns dos herdeiros da Amazônia foi emocionante, mesmo sendo uma atividade organizada pelo turismo regional para acolher os visitantes e dar uma ideia sobre a cultura indígena, suas danças, costumes e artesanato. A tribo ‘Dessana Tucana’, promove atividades interativas e é possível “mergulhar” um pouquinho na sua cultura ao ouvir o Cacique e o Pajé, dançar ao som dos tambores, experimentar sua culinária e apreciar seu artesanato, principal fonte de renda dessa comunidade.




Formigas fazem parte do cardápio




Foram poucos dias de viagem, mas deixaram marcas indeléveis no coração e uma imensa vontade de voltar e adentrar realmente a Floresta, esperando e lutando que ela não seja totalmente destruída pela ganância do capital.


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